A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) acertou com a Universidade Federal de Viçosa (UFV) a proposta de criação do doutorado internacional em Energias Renováveis, com estudantes da China, Índia e Rússia, e aulas ministradas no idioma inglês, em todos os países envolvidos. A oficialização depende de sinal positivo da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que irá financiar o programa.
Os detalhes da proposta foram discutidos no dia 23 de maio entre os pró-reitores de Pós-Graduação da UFSC, Sérgio Fernando Torres de Freitas, e da UFV, Luiz Alexandre Peternelli, além de pesquisadores e professores das duas instituições. UFSC e UFV irão alternar, a cada dois anos, a liderança e a coordenação do programa, que terá a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) como instituições parceiras.
Na próxima semana, eles voltam a se reunir, na sede da Capes, para acertar a tramitação do processo. Caso a Capes aprove o programa, a previsão de início do curso, com duração de quatro anos, é 2017. Na proposta, 18 alunos do Brasil receberiam bolsas para estudos na China, Índia e Rússia, que enviariam outros tantos estudantes cada.
A decisão por Energias Renováveis, explica Sérgio Freitas, é pela interdisciplinariedade, englobando áreas de conhecimento de várias áreas, de Engenharias e Ciências Agrárias. O objetivo é estabelecer cooperação duradoura de pós-graduação internacional com países do BRICS, consolidando ações de ensino e pesquisa de alto nível em áreas de conhecimento de ponta. “Será um salto grande em nossas propostas de internacionalização pela constância desta colaboração. Teremos um curso contínuo, com professores fazendo estágio constantemente nestas instituições.”
A proposta prevê convênios multilaterais de reconhecimento de titulação entre os quatro países. Todas as disciplinas serão ministradas em inglês e estarão abertas a alunos da UFSC, que podem se habilitar para outros processos de internacionalização. “Neste intercâmbio, nossos alunos poderão ter formação em Energia Nuclear, e os destes países poderão aprender sobre energia a partir de plantas.”
Após a reunião na Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PROPG), os pesquisadores foram visitar laboratórios e conhecer os equipamentos disponíveis e grupos de pesquisa envolvidos.
Parceiras
As universidades escolhidas preliminarmente nos outros países são:
Índia
IIT Bombay
China
Hohai University
Zhejiang University
Huazhong University of Science and Technology
Rússia
MSU (Moscow State University)
MIPT (Moscow institute on Physics and Technology)
MISIS (National University of Science and Technology)
SPSU (St-Petersburg State University)
MPEI (Moscow Power)
Histórico
Doze programas de pós-graduação de nove universidades brasileiras, incluindo a UFSC, foram selecionados para fazer parte da “Universidade em Rede” do Brics (grupo de países emergentes que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). São seis áreas de conhecimento (energia; ciência da computação e segurança da informação; estudos dos Brics; ecologia e mudanças climáticas; recursos hídricos e tratamento da poluição; e economia), com duas instituições de ensino superior consideradas por meio de seus programas de pós-graduação, reconhecidos e recomendados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), com nota seis ou sete.
A UFSC foi contemplada na área de Energia.
A “Universidade em Rede” do Brics vai permitir o desenvolvimento de programas bilaterais e multilaterais de ensino e pesquisa, a formação conjunta, com qualidade, de mestres e doutores, além de permitir intercâmbio de discentes, docentes e pesquisadores. Ela chega para satisfazer as necessidades dos países por meio da ampliação do acesso a métodos, formas e tecnologias de educação contemporâneos. Outro objetivo é facilitar o desenvolvimento sustentável dos países pertencentes ao bloco, disseminando o conhecimento e as habilidades com pesquisas conjuntas e atividades educativas.
Notícia via noticias.ufsc.br