A estudante Caroline Francisco Dorneles, orientada pelo professor Prof. Rolf Bertrand Schroeter, Dr.Eng. sob coordenação do Prof. Denis Boing, Dr.Eng. (UNIFEBE), defenderá sua dissertação na próxima sexta-feira (09/08) às 08h30min, no Auditório João Ernesto E. Castro (EPS/CTC). O auditório tem capacidade para até 100 pessoas.
Resumo
O torneamento de materiais endurecidos, empregado na fabricação de componentes como engrenagens, eixos e rolamentos, é tipicamente realizado com ferramentas de PCBN e de cerâmica, devido às propriedades adequadas para suportar as condições tribológicas impostas pelo processo de usinagem. A melhora na tecnologia de torneamento de materiais endurecidos, principalmente no que se refere ao tempo de vida e avaliação de desgaste das ferramentas, ainda requer melhor entendimento dos fenômenos mecânicos e físicos do processo. Os métodos para previsão de vida e desempenho de ferramentas de usinagem geralmente são baseados em parâmetros bidimensionais, não fornecendo informações suficientes acerca da superfície desgastada. A partir disso, os métodos de medição tridimensionais têm permitido a obtenção de informações mais precisas, permitindo análises mais completas sobre os mecanismos de desgaste atuantes nas ferramentas de corte. Nesse contexto, o presente trabalho visa melhor compreender o desgaste das ferramentas de PCBN sem revestimento, PCBN revestida e de cerâmica aplicadas no torneamento do aço AISI 52100 com 60 HRC de dureza, utilizando a taxa de desgaste com base nos parâmetros tridimensionais e a influência da velocidade de corte no desgaste e nas componentes da força de usinagem. Verificou-se que para a maior velocidade de corte ensaiada (vc = 234 m/min) o desgaste de flanco (VBB) foi cerca de 1,6 vezes maior em comparação com o VBB para vc = 120 m/min para a ferramenta de PCBN não revestida e 1,3 vezes maior para as ferramentas de cerâmica e PCBN revestida. Para a velocidade de corte de 120 m/min, a ferramenta de PCBN não revestida apresentou desgaste WMD cerca de 28% maior que a ferramenta de PCBN revestida, comparando com a ferramenta de cerâmica esse parâmetro é aproximadamente 16% maior. O incremento da velocidade de corte de 120 m/min para 234 m/min acarretou em um acréscimo no volume de material removido de aproximadamente 325 % para a ferramenta de PCBN, 260% para a ferramenta de PCBN revestida e 85% para a ferramenta de cerâmica. Verificou-se também que a diferença no valor da taxa de desgaste entre as ferramentas de PCBN e de cerâmica torna-se cada vez maior com o aumento da velocidade de corte, passando de 43% para vc= 187,5 m/min para 87% a 234 m/min, apresentando a ferramenta de cerâmica melhor desempenho do que as outras ferramentas testadas. Analisando as componentes da força de usinagem, os maiores valores da força passiva foram obtidos com a ferramenta de cerâmica, independentemente da velocidade de corte testadas. As forças de corte e passiva não apresentaram diferença significativa com o aumento da velocidade de corte.
Palavras-chave: Torneamento de materiais endurecidos. Mecanismos de desgaste. Taxa tridimensional de desgaste. PCBN. Cerâmica mista.