Após fazer o Ensino Médio e o Ensino Fundamental em escolas públicas, a graduação e a primeira pós-graduação no Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Santa Catarina, o Engenheiro de Materiais Daniel dos Santos Avila foi contratado pela Universidade Técnica de Delft para trabalhar numa pesquisa voltada a desenvolver novos tipos de aços de alta resistência, por ter se classificado em primeiro lugar entre 150 candidatos.
Intitulado Physical understanding of microstruture formation for the development of advanced steel, o projeto é coordenado pela espanhola Maria J. Santofimia Navarro, Professora Titular em Delft, considerada a melhor universidade holandesa na área de Ciência e Engenharia de Materiais pelo ranking Shangai.
Na TU Delft, Daniel também fará doutorado, a partir de outubro, e por isso está comemorando a exitosa defesa de sua dissertação de mestrado na área de Metalurgia do Pó, no dia 31/08/2020. A tempo de assumir a vaga de pesquisador nos Países Baixos, o Engenheiro finalizou o trabalho “Desenvolvimento de compósito de matriz ferrosa reforçada por carbeto de nióbio formado in situ durante a sinterização”, orientado pelo Prof. Dr. Aloisio Nelmo Klein, coordenador do LabMat (Laboratório de Materiais) e docente do PGMAT (Programa de Pós-graduação em Ciência e Engenharia de Materiais da UFSC). Mesmo durante a pandemia, por vídeo conferência, ele defendeu a dissertação perante uma banca que incluiu o Prof. Dr. Joao Batista Rodrigues Neto (Coordenador do PGMAT) e o Prof. Dr. Daniel Rodrigues (BRATS e IPT- SP), além do Prof. Klein (Presidente da banca) e do Prof. Dr. Cristiano Binder (Suplente).
“Talvez o diferencial da minha dissertação tenha sido o uso do nióbio”, comenta Daniel, referindo-se ao metal brilhante extraído principalmente do mineral columbita. Ele é utilizado em dispositivos médicos, como o marca-passo, na fabricação de joias, na produção de fios de ímãs supercondutores empregados nas máquinas de ressonância magnética e até nos aceleradores de partículas. O Brasil possui cerca de 94% das reservas mundiais de nióbio e também é responsável por grande parte da comercialização desse metal. Por não ter utilização comprovada desse elemento, em 1965, o governo permitiu que a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), em parceria com o governo americano, explorasse as reservas de nióbio encontradas no solo brasileiro. Nos anos seguintes, a CBMM foi comprando a parte que cabia aos americanos e passou a ser a controladora mundial da comercialização do nióbio (mais em https://brasilescola.uol.com.br/quimica/niobio.htm).
Ensino público e gratuito
Gaúcho residente em Santa Catarina desde os 11 anos, Daniel cursou parte do Ensino Fundamental em Pelotas, no Instituto Estadual de Educação Assis Brasil; e parte em Florianópolis, na Escola de Educação Básica Irineu Bornhausen. O Ensino Médio fez também na capital catarinense, na EEB Aderbal Ramos Da Silva. Na UFSC, cursou graduação em Engenharia de Materiais e fez mestrado no PPGMAT. Foi nesta pós-graduação e por estímulo do orientador que ele tomou coragem para alçar voo rumo ao exterior. “O Prof. Klein fez doutorado na Alemanha e sempre falou da importância de se ter uma experiência internacional… Acho que devo à UFSC a base para ter sido aceito em Delft”, conclui o Mestre em Ciência e Engenharia de Materiais (na foto).
Fonte: Divulgação EMC/UFSC
Mais na coluna, em https://www.nsctotal.com.br/colunistas/leo-coelho/aluno-da-ufsc-desbanca-150-candidatos-e-e-contratado-por-universidade
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