

Um aluno do doutorado e dois da graduação em Engenharia Mecânica irão para a Holanda em agosto próximo, através do BRANETEC. É o último ano do projeto intitulado “COOPERAÇÃO ENTRE A UFSC E A TU/e NA ÁREA DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR COM MUDANÇA DE FASE E ENERGIAS RENOVÁVEIS”, apoiado pela CAPES e pela agência holandesa NUFFIC. Em 7 anos de projetos, outros 21 estudantes foram para a Mechanical Engineering School of the Technological University of Eindhoven (TU/e). A TU/e está entre as 150 melhores universidades do mundo (segundo ranking da TopUniversities de 2018), e lá há a combinação de intercâmbio acadêmico e estágio.

Arthur Kleyton Azevedo de Araújo (esq), Rafael Möller, Gabriel Gonini e Professor Júlio César Passos (dir.)
A seleção para a participação nesse projeto é rigorosa: os estudantes de graduação, da sexta à oitava fase, devem ter alto índice de aproveitamento (IAA) acadêmico (acima de 7.0, com no máximo uma reprovação), proficiência em inglês (TOEFL iBT acima de 90), enviar um curriculum vitae, carta de referência e histórico escolar.
Em conversa com os estudantes aprovados, descobriu-se que seu IAA é maior que 8.5, seu nível de inglês bastante alto e seu currículo profissional recheado – já participaram de laboratórios de pesquisa, empresas juniores e equipes de competição. Um deles, Gabriel Gonini, da sexta fase, conta que revisou intensamente a língua durante um mês, de forma autônoma, para conseguir a nota necessária no TOEFL. Rafael Möller, da sétima fase, conta que desde o início da sua graduação focou em manter notas altas e se preparar para um possível intercâmbio. Ambos permanecerão um ano na Holanda.
Já para o doutorado, é importante estar inserido numa linha de pesquisa que esteja de acordo com a que será estudada no intercâmbio, e ter seu pré-projeto aprovado. A oportunidade é a de período sanduíche na TU/e. No caso do estudante Arthur Kleyton Azevedo de Araújo, do doutorado em Engenharia Mecânica, será realizado doutorado sanduíche na Holanda sob coorientação do professor Cees van der Geld, e orientação do professor Júlio César Passos.
Uma vez aprovados, os estudantes têm, ainda, outros desafios pela frente antes mesmo de chegar à nova universidade: a necessidade de pagar aluguel de forma adiantada, os custos com visto, taxa imobiliária, prova de proficiência em inglês, passaporte e passagens de avião. Muitos desses custos são cobertos pela bolsa que eles recebem através do BRANETEC, mas esse dinheiro só é reposto alguns meses mais tarde. Na cidade em que eles ficarão, Eindhoven, existem algumas dificuldades relativas ao aluguel: por ser uma cidade pequena, encontrar local para aluguel é complicado, e ele costuma ter valor elevado, de cerca de metade da bolsa. Porém, já desde o momento da sua aprovação, o professor Passos coloca os estudantes em contato com outros que já fizeram o programa, para auxiliar durante a transição.
Oportunidades como essa surgem frequentemente dentro das universidades, mas nem todos os estudantes as conhecem ou ficam a par dos períodos de inscrição e requisitos necessários para fazer um intercâmbio, acreditando, muitas vezes, ser um sonho inatingível. No caso desse projeto em específico, com a TU/e, os estudantes aprovados contam que descobriram a oportunidade em 2018, quando ocorreu uma palestra sobre o programa. Entretanto, a palestra foi bastante focada em programas de pós-graduação, e houve apenas breve menção ao fato de serem aceitos alunos de graduação também.
Uma das sugestões que os aprovados sugerem é que as oportunidades de intercâmbio sejam publicadas e divulgadas nas férias de verão, para que haja tempo hábil de preparação para os estudantes.

Arthur Kleyton Azevedo de Araújo (esq), Rafael Möller, Professor Júlio César Passos e Gabriel Gonini (dir.)