A empresa Embraco recebeu na noite de segunda-feira o Prêmio Inovação Brasil, concedido pelo jornal Valor Econômico. As companhias estão entre as 10 mais inovadoras do país, em um ranking elaborado pelo Valor em parceria com a consultoria Strategy&, do grupo PwC. A metodologia de avaliação das empresas considerou quatro grandes critérios: intenção de inovar, esforço para realizar a inovação, resultados obtidos e avaliação do mercado.
Há 33 anos a Embraco mantém uma parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), por meio do apoio ao centro de pesquisas Polo, do Departamento de Engenharia Mecânica. A empresa investiu milhões na construção do novo prédio do Polo, inaugurado em março de 2006 com 15 laboratórios.
Um dos resultados desse trabalho colaborativo foi o “Plug n’ Cool”, voltado para o mercado americano. O produto consiste em um conjunto de pequenos compressores instalados na parte superior de expositores de alimentos e bebidas do comércio varejista.
A parceria com a UFSC também se dá em pesquisa básica, cuja aplicação comercial está longe de viabilizar-se. Um exemplo é o desenvolvimento da tecnologia magnetocalórica, que, nas palavras de Schreiner, “vai matar a compressão mecânica de vapor no mercado de refrigeração”. Essa inovação disruptiva ainda deve levar dez anos para se traduzir em produtos comerciais, mas a intenção da empresa é monitorar os avanços científicos na área, para não ser surpreendida.
Três tecnologias emergentes têm recebido atenção da Embraco. A primeira é a miniaturização; com a redução no tamanho de casas e apartamentos, a empresa aposta na mudança de conceito de refrigeradores e aparelhos de ar condicionado. A segunda é a conectividade, e a terceira é a aplicação da internet das coisas no contexto da “indústria 4.0”, em que sensores da linha de produção passam a cooperar entre si e com os humanos. “A indústria de software começa a entrar pesado na metalomecânica”, diz Schreiner. “É uma opção da Embraco entrar ou ficar fira desse mercado. E a nossa escolha é entrar”.