O estudante Julian Fernando Ordoñez Duran, orientado pelo Prof. João Carlos Espíndola Ferreira, Ph.D., defenderá sua tese na próxima terça-feira (17/09) às 15h na Sala B-5 – Bloco B – Eng. Mecânica. A defesa é vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica. A sala tem capacidade para 25 pessoas.
Título: “Fabricação resiliente como alternativa ao descarte desnecessário de energia decorrente da obsolescência de produtos”
Resumo:
Economia, sociedade e meio ambiente são as três diretrizes que orientam o roteiro do desenvolvimento sustentável segundo tripé da sustentabilidade. Do ponto de vista ambiental, o denominado world overshoot day, ou dia da dívida ecológica, é atingido mais cedo cada ano desde que começou ser quantificado. Em 1º de agosto de 2019 todos os recursos renováveis do planeta correspondentes àquele ano já foram consumidos, e aqueles utilizados até janeiro de 2020 pertencem ao saldo de 2020. Economicamente, o incremento do Produto Interno Bruto mundial (PIB) foi de 3,8%, enquanto socialmente o crescimento demográfico teve um aumento de 1,1%. Observa-se que a economia cresce mais do que a população, o que significa maior consumo per capita anualmente. O desafio da pesquisa em sustentabilidade consiste em gerar soluções ambientais e sociais sem impactar negativamente a economia, e minimizar o descarte de recursos converte-se em uma necessidade. Considerando que uma grande parcela de produtos manufaturados é composta por um conjunto de peças, componentes ou materiais, cada um desses itens possui uma expectativa de vida própria e, possivelmente, diferente entre si. Isto é, quando um deles deixa de funcionar, os outros itens também entram no estado de suspensão da função do produto, apesar de ainda encontrarem-se dentro da fase de vida útil. O descarte do produto devido à ocorrência da quebra de um componente resulta no descarte desnecessário desses outros itens e, subsequentemente, da energia embutida neles. Nesse contexto, neste trabalho propõe-se uma metodologia que tem por objetivo definir o conceito de resiliência embutida no produto como indicador da capacidade de um produto ou seus componentes de prolongar o seu ciclo de vida. As ferramentas utilizadas fundamentam-se na utilização da modelagem de lógica preposicional de primeira ordem, na técnica Life Cycle Assessment (Avaliação do Ciclo de Vida – LCA), na estrutura granular do produto, e no projeto de redes bayesianas. Por meio de um trabalho de integração das ferramentas, foi criada a hierarquização das etapas que compõem a metodologia. Mediante o mapeamento granular do objeto analisado que se encontrou como a relação de codependência entre elementos, define-se a vida útil do produto e o término de seu primeiro ciclo de vida. Entendendo-se que o momento de suspensão da entrega da função é crítico na destinação do produto, o intuito é identificar as rotas de desmontagem até a causa do evento de falha. Quantificando a energia embutida envolvida no evento, utilizando kanbans de informação específicos criados para tal fim, minimizou-se os valores da energia embutida descartada otimizando-se a escolha do melhor destino para o produto. Isto permite retornar o produto entre as etapas de “tão bom quanto novo”, 4R (reciclar, reusar, reduzir, recuperar) e descarte no aterro em função do trade-off energético. A metodologia foi aplicada em uma família de equipamentos eletrônicos. Os resultados permitiram analisar as consequências de diferentes decisões durante as fases de projeto de produto, e como isso afeta negativamente a mineração de materiais virgens, execução de processos, transportes multimodais evidenciados na forma de energia em todas as fases do ciclo de vida do produto.