A relevância econômica e social dos cursos de pós-graduação no Brasil e seus impactos no desenvolvimento regional e nacional vão ter maior importância nas futuras avaliações da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Estes critérios se juntam a outros – como internacionalização da pesquisa e produção qualificada – que ganharam destaque no novo modelo multidimensional de avaliação, a ser implementado no próximo período de avaliação.
Para discutir as mudanças com docentes que atuam no PGMAT (Programa de Pós-graduação em Ciência e Engenharia de Materiais), o coordenador da área de Materiais na CAPES, Prof. Antonio Eduardo Martinelli, veio à UFSC no dia 18/02, quando também participou da banca de defesa de tese de Nicolás Ignacio Araya Rivera (em https://emc.ufsc.br/portal/2020/02/effect-of-the-characteristics-of-pores-and-solid-lubricant-2/).
“A CAPES promoveu a formação de Grupos de Trabalho que estudaram aspectos básicos da avaliação tridimensional e todos estão disponíveis para consulta (em https://www.capes.gov.br/relatorios-tecnicos-dav), disse o docente titular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Houve consenso no entendimento que os Programas de Pós-Graduação das Universidades devem adotar procedimentos de autoavaliação. “Essa autoavaliação serviria para avaliarmos como melhorar os nossos cursos, e ir nos aprimorando em função dos resultados”, explica o Prof. Aloisio Nelmo Klein, coordenador do LabMat (Laboratório de Materiais) e docente do PGMAT. “Precisamos transferir mais tecnologia para a sociedade.”
Isso aumentaria o impacto econômico-social da formação de mestres e doutores, mas há outros indicadores adotados no novo modelo de avaliação da CAPES, inspirado no sistema europeu U-Multirank. Entre eles, figura a produção qualificada, que, em linhas gerais, consiste em observar menos a quantidade e mais a qualidade dos artigos publicados e o fator de impacto do periódico científico no qual eles aparecem, por exemplo.
Outra novidade do modelo de avaliação é valorizar o “protagonismo discente”, resumido pelo Prof. Martinelli como “aliar a boa formação do aluno com sua presença entre autores de publicações científicas e produtos técnicos, preferencialmente de alcance internacional”. A internacionalização abrange ainda disciplinas ministradas em inglês e até a disponibilização de dissertações e teses neste idioma. “Antes elas iam parar em estantes; hoje vão para repositórios eletrônicos e estão acessíveis ao mundo todo”, complementa o Prof. Martinelli.
A CAPES planeja implementar o modelo de multidimensionalidade de avaliação já no próximo quadriênio, que tem início em 2021. A última avaliação quadrienal ocorreu em 2017, e analisou o desempenho e resultados obtidos pelos cursos no período de 2013 a 2016. Ambos os programas do Departamento de Engenharia Mecânica foram considerados de “excelência internacional”, sendo que o PGMAT obteve nota máxima, 7, e o PosMec (Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica), nota 6.
Escrito por: Heloisa Dallanhol/Divulgação EMC-UFSC
Da direita para a esquerda: Professores João Batista Rodrigues Neto, Guilherme Barra, Antônio Martinelli e Aloísio Klein, em reunião no LabMat (18/02/2020).
Foto: Gabriel Araújo/Mestrando do LabMat