Três estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foram premiados em duas competições internacionais que envolvem a utilização de Inteligência Artificial e Blockchain para a criação de ferramentas que colaborem para o combate à pandemia de Covid-19 e ajudem o planeta a se recuperar da crise. O mestrando em Engenharia Mecânica Ruan Comelli e os alunos da graduação em Engenharia Eletrônica Kauê Cano e Matheus Tosta integram a equipe internacional, com membros de oito países diferentes, que ficou em primeiro lugar na Planet Wide SOS Hackathon e em segundo lugar na COVIDathon – Decentralized AI Hackathon.
A primeira competição contou com 308 participantes, inscritos em 50 equipes, com a finalidade de desenvolver ideias e soluções para construir o novo mundo pós-crise. Já a COVIDathon é uma competição organizada pela Fundação DAIA (Decentralized AI Alliance), pela Ocean Protocol Foundation e pela SingularityNET com o objetivo de desenvolver soluções inteligentes e descentralizadas para o combate à Covid-19. Um total de 1184 competidores, divididos em cem equipes, participaram desse hackathon (eventos como esses, que reúnem profissionais e estudantes ligados ao desenvolvimento de software com o objetivo de criar soluções específicas para um ou vários desafios).
O projeto apresentado em ambas as competições foi o Immuno Lynk — uma extensão da iniciativa vencedora de outra competição: a Hackathon Lumiata Covid-19 Global AI, promovida por uma empresa do Vale do Silício. A solução consiste em uma plataforma que pode ser utilizada em duas frentes: um aplicativo para uso dos trabalhadores da saúde e uma interface voltada aos gestores de hospitais e demais instituições da área.
O aplicativo auxilia o monitoramento das condições de saúde dos usuários por meio de questionários sobre seu estado de saúde e sua exposição ao novo coronavírus (Sars-CoV-2) e de testes de anticorpos. “Os testes são fotografados e processados por uma rede neural convolucional, que é capaz de interpretar os resultados tão bem quanto médicos treinados. Tanto os questionários quanto os testes são processados por modelos de inteligência artificial desenvolvidos pela equipe. Como saída desse processamento, o usuário obtém uma estimativa de quando ele deve fazer um novo teste, bem como uma avaliação da sua imunidade”, explica Ruan. O aplicativo fornece, ainda, estimativas dos riscos a que os profissionais estão submetidos e garante a privacidade e a segurança dos dados.
Os gestores, por sua vez, têm acesso a uma interface com as informações de imunidade à Covid-19 dos trabalhadores — disponibilizadas de acordo com as legislações de privacidade e sigilo. “Com base nisso, as organizações podem tomar decisões importantes como o afastamento ou a realocação de profissionais, assim como podem pedir o retorno de empregados que se mostrem imunes”, comenta o estudante. Segundo ele, a solução pode ser facilmente adaptada para qualquer tipo de organização, bem como para outras pandemias em que testes de anticorpos sejam amplamente utilizados.
O bolsista de Iniciação Científica do LabMat, Kauê Cano, foi o líder de desenvolvimento da equipe que venceu um evento anterior, o Hackathon Lumiata Covid-19 Global AI J(mais em https://noticias.ufsc.br/2020/05/aluno-de-engenharia-da-ufsc-integra-equipe-vencedora-do-hackathon-lumiata-covid-19-global-ai/).
Mais informações podem ser obtidas no site do projeto e na descrição da plataforma submetida aos hackathons. Também estão disponíveis demonstrações do aplicativo e da interface a que as organizações têm acesso.
Fonte: Camila Raposo/Agecom/UFSC, com acréscimos da Equipe de Divulgação EMC/UFSC
Assista a apresentação do projeto na cerimônia de premiação da Planet Wide SOS Hackathon, realizada dia 03/07: https://youtu.be/AptyHB0MjSY?t=1901.