No artigo anterior, o Prof. Arno Blass relembrou os 50 anos da criação do primeiro mestrado da UFSC, em Engenharia Mecânica. O projeto do curso foi elaborado em 1968, com participação de vários professores, entre eles Caspar Erich Stemmer, Paulo Corsetti, José João de Espíndola, Raul Valentim da Silva, Carlos Alfredo Clezar e Nelson Back. O último é o autor do texto editado para este artigo, que não pretende esgotar o assunto, mas que lista alguns pioneiros da pós-graduação na UFSC.
O curso de graduação em Engenharia Mecânica mal havia começado, em 1962, e seu corpo docente já buscava qualificação adicional, na forma de pós-graduação em outras universidades, o que também aumentou o desejo da equipe de oferecer mestrado na própria UFSC. O Prof. Stemmer trouxe contribuições da Universidade de Aachen (Alemanha) e outros professores, do Instituto Tecnológico de Aeronáutica de São José dos Campos, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Logo no primeiro ano do mestrado na UFSC, em 1969, o Prof. Jaroslav Kozel, da então Tchecoslováquia, veio reforçar especialmente as áreas de Tecnologias de Medição e Automação. Assim foi criado o LABMETRO (Laboratório de Metrologia e Automatização), semente de outras organizações maiores: a CERTI; a CELTA e o Sapiens Parque.
No início da década de 70, três professores do curso obtiveram título de Doutor na Inglaterra: Arno Blass no Imperial College London, Nelson Back na Universidade de Manchester e José João de Espindola na Universidade de Southampton. Na UFSC, criaram disciplinas e instalações como o LVA (Laboratório de Vibrações e Acústica).
Nesse meio tempo, o Prof. Berend Snoeijer fez doutorado na Universidade de Hannover (Alemanha). E na década de 80, o Prof. Aloísio Nelmo Klein voltou do doutorado na Universidade de Karlsruhe (Alemanha). Ambos foram peças-chave para a posterior criação do Laboratório de Meios Porosos e Propriedades Termofísicas (LMPT) e do Núcleo de Pesquisa em Materiais Cerâmicos e Compósitos (CERMAT), bem como do PGMat (Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais).
Vale lembrar que, ainda na década de 70, os Profs. Domingos Boechat Alves e Clóvis Sperb de Barcellos se doutoraram nos Estados Unidos, para, no Brasil, criar o GRANTE (Grupo de Análise e Projeto Mecânico).
Em 1975, foi firmado um programa de cooperação entre a UFSC e a Universidade de Aachen que possibilitou a aquisição de equipamentos para os laboratórios da Mecânica e amplo intercâmbio de professores entre as instituições. Diversos professores fizeram doutorado-sanduíche, a saber: Almir Monteiro Quites, Walter Lindolfo Weingaertner, Carlos Alberto Schneider, Lourival Boehs e Jair Carlos Dutra. Todos foram essenciais para montar a estrutura necessária ao futuro da Engenharia Mecânica e do Empreendedorismo Inovador.
Não sendo possível citar todos os professores, lembramos que Hyppólito do Valle Pereira Filho fez doutorado na Universidade do Texas; Sérgio Colle, na COPPE/RJ; Clóvis Raimundo Maliska e Aureo Campos Ferreira, na Universidade de Waterloo (Canadá); Rogério Tadeu da Silva Ferreira, na Universidade de Illinois (EUA) e Paulo Cesar Philippi, Universidade de Provence (França). Eles trouxeram as experiências que fizeram do Departamento de Engenharia Mecânica um dos centros mais avançados do país na área e que hoje ostenta um quadro docente com 95% de doutores. A história não termina por aqui e pode ser resgatada, com mais detalhes, na solenidade alusiva ao meio século de pós-graduação prevista para acontecer em dezembro.
Fonte: Divulgação EMC/UFSC